segunda-feira, 22 de agosto de 2011

das horas de fragilidade


tenho um mundo inventado

onde a dor não tem voz

e o amor perdeu a vez

uma vez que de mim desfez


quando sinto frio o chão

sob os meus pés descalços

isso faz sinal ao coração:


é só uma invenção.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

rezando a mim


olhai por mim e velai-me

não exponha à maus tratos

esse ser inconseqüente

que se faz doente pela madrugada

sou só um ser como tantos

que se perde em encantos

vezes chora pelos cantos

mas que não merece tanto

tanto desamor, desalento

aperto doído do lado de dentro

olhai por mim e velai-me

sou só um ser machucado

as vezes buscando ser sarado

o desamor em busca do amor

o desalento em busca de alento

dá-me um sopro aqui dentro

e faz pulsar de novo esse ser

que de amor e amar anda sedento.



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

olhares

me arrepiava

desconcertava

suas mãos e pernas

sua boca

seus olhos

ah, seus olhos...

eles me fitavam

me sugavam

indagavam

dispensavam

me queriam

ou não.

não me diziam

apenas olhavam

...