Cá dentro

Cá no meu íntimo

Há sentimentos diversos

Dos mais escondidos

Até uns cedidos

Nos singelos gestos

Ou ainda feitos

Em pequenos versos...

Prudência

se
eu
me
permitir...

será
chorar
será
sorrir?

o
que
será
de
mim...

sentir?

Essa tal vontade...

Eu não sei ao certo
E por ser incerto
Decidi chamar saudade
Essa tal vontade
De te ter por perto.

Carla Cardoso

Quem és?

É bom um bocado
Seja chuva caindo ou
Sob um céu estrelado
Trocar beijo molhado
Abraço forte apertado
Carinho de nariz gelado...

De que jardim você voou?
Faze-me sentir como flor
Extrai de mim perfume e beleza
Com imensurável delicadeza
Terás mãos de jardineiro?

Quem és tu belo moço
Que tão pouco ao seu lado
É de imenso bom grado?

Carla Cardoso

Alterando a ordem

Andava tudo
Um tanto obscuro
Luz não entrava
Calor não fazia
Tudo frio, tudo vazio
Mas pela janela
Ela resolvera e olhara
Abriram-se os olhos... piscaram
Um suspiro fundo
Um sorriso manso
Ela não queria mais se guardar.

Carla Cardoso

Sopra a alegria pro lado de cá

que eu pego carona e sigo viagem...

Despedida

Que na lágrima caída
Mesmo que doída a despedida
Seja forte o meu coração
Pra ir embora dessa dor que chora

Que a chuva que cai lá fora
Lava tudo nesse momento agora
Sem deixar poeira de tristeza em mim
Pois já vem chegando Dezembro

Que o desejo de felicidade
De viver uma inventada realidade
Seja permanente...

Carla Cardoso

Refugiar-me

Algumas frases incertas
Resquícios de lembranças
Turbulências frequentes
Desconcerto no meu íntimo
Por um desejo superável
Que ainda não se submete
Ao que chamo sentimento

Vem pra cá pra perto
Seu carinho é muito
Sua presença é certa
Tens poder absurdo
Pra ocultar meu mundo.

Carla Cardoso

Um desejo...

quero segurar a sua mão
e te levar pra ver juntinho
um céu cheio de estrelas
marinho de tanto azul.

Carla Cardoso